sábado, 29 de agosto de 2009

ARMADOS CONTRA A CORRUPÇÃO


Fotos: Ana Carolina Inglez - Morro do Rosário, Teresópolis


POR ANA CAROLINA INGLEZ

TRÁFICO - MOCINHO OU BANDIDO?

Eles deveriam estar estudando, fazendo um plano de carreira, se preparando para o vestibular e passeando com suas namoradas, mas não é isso que acontece.Os respectivos meninos A e B(proteção ao nome) vivenciam a cada dia as dores trazidas pelo tráfico de drogas, conseqüente da falta de atenção do governo com as classes desfavorecidas e da corrupção das autoridades.
Esses jovens enfrentam preconceitos nas ruas, são descriminados no mercado de trabalho e vivem na miséria. A saúde e educação pública estão em estado de decadência, qual é a oportunidade que a vida dá a eles? Traficar, roubar e em alguns casos matar.
O grande problema é que quem sofre as conseqüências do tráfico são inocentes e trabalhadores. Esses meninos são vítimas e a sociedade também. Os grandes criminosos estão no poder, roubando o que é de direito de todos, construindo marginais e colocando a vida de cidadãos de bem em risco.
A e B entraram para o crime ainda criança, não tinham uma estrutura familiar. Normalmente esses meninos são filhos de drogados e prostitutas. Como uma criança largada no mundo, que não freqüenta a escola pode discernir o certo do errado? Naquele momento em que passavam fome e foram convidados a entrar para o tráfico, onde o governo estava?
Os meninos deixam claro a vida sofrida do dia a dia, as pressões feitas pela polícia, os tapas que tomam calados e as humilhações do cotidiano. Hoje, com o mínimo de consciência, alguns deles desejam trabalhar, mas com passagem pela polícia não são aceitos em lugar algum. A morte é apenas uma espera tranqüila, pois quando se forem “a grande empresa do tráfico” continuará dando alimento a sua mãe ou irmão.
O drama dessa gente permanece e o das classes média perdendo seus entes queridos também.Tudo por dinheiro e falta de dignidade de quem não se importa com o sofrimento do próximo, então quem são os verdadeiros bandidos, o tráfico ou o governo que os cria?
Que tal um momento de reflexão?
Agradeço a atenção,
Ana Carolina Inglez.

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Justiça ou justiça brasileira?


Justiça X justiça

Por: Ana Carolina Inglez

A palavra justiça nos leva a diversos conceitos e definições. Dentro da filosofia de Platão, justiça é fazer aquilo que é próprio de cada um, o homem mais feliz é o justo. Sócrates já nos permite pensar sobre o tema questionando: Qual atitude cabe ao cidadão, justo ou injusto, quem tem melhor vida?
Desde nossa infância estamos habituados a dizer a frase “isso não é justo”. A Justiça e a justiça estão presentes a cada dia em nossas vidas e pouco entendemos sobre elas. Mas o que é justiça ou Justiça e o que é justo? De que forma as regras baseadas nesses conceitos influenciam no comportamento da nossa sociedade?
A princípio a justiça se aplicaria a um termo de igualdade para todos. Porém este signo não é bem compreendido principalmente por sua duplicidade de sentido.
Vivemos sob o poder da Justiça, setor judiciário capaz de decidir sobre o rumo de nossas vidas de acordo com nossos atos, e estamos incessantemente em busca de justiça, o bem comum, a igualdade para todos perante a lei. A justiça é um princípio de sabedoria que deveria ser utilizada pelo governo em todas as áreas e principalmente, pelo poder judiciário.
O acesso a Justiça em contraposição ao acesso a justiça, é um dilema vivido por todos nós brasileiros. Na teoria este acesso é real, mas se pensarmos em prática este acesso é exclusivo.
Nascemos em um país que a tradição herdada é a tradição rural, que o capitalismo chegou de forma fragmentada e a sociedade já estava organizada pela e para as elites. Como que um país habituado a práticas clientelistas, a Justiça e a justiça podem funcionar de forma igual para todos?
No documentário “JUSTIÇA”, de direção e roteiro de Maria Augusta Ramos, podemos ver aquilo que inconscientemente já sabíamos: ser pobre e mulato ou negro neste país é não estar dentro dos padrões sociais que garante o direito de cada um, com que seria justo, respeitável perante às leis. A Justiça assim faz sua parte, quando exclui socialmente seus cidadãos dos princípios democráticos básicos de dignidade humana, do Estado de Direito de Bem-Estar Social. Deste modo, a Justiça vem servindo para proteger uma minoria de uma maioria; não poderia ser diferente no Brasil, cuja Constituição abre precedentes para as classes privilegiadas, não garantindo à maioria de seu povo a educação, cultura, saúde, moradia, alimentação e outros direitos.
Além disso, os cidadãos sofrem com a ausência de penas alternativas para crimes menores, a presença de provas forjadas por policiais, a ausência de testemunhas comuns e da defensoria pública e a diferença entre os vocabulários técnicos dos tribunos e dos réus, impedindo a comunicação.
Ao longo do documentário podemos ter uma melhor compreensão do funcionamento desde processo.
Na primeira cena nos deparamos com um guardador de carro negro, em uma cadeira de rodas, sendo julgado por assalto. Esse homem passou seis meses em uma cela hiperlotada, sem condições básicas de saúde, por um crime sem provas e sendo espancado por policiais a confessar algo que não se tem certeza que ele teve atuação. No processo consta que ele não estava na cadeira de rodas quando aconteceu o crime, tentou fugir e foi pego correndo. Mas há outra versão de que o cidadão esta na cadeira de rodas há seis anos por um problema que tem nas artérias. Diante da situação que o elemento vem vivendo, o que ele pode entender por justiça?
Nasceu em uma favela, no meio do crime, provavelmente vendo seus familiares passarem fome, começou a trabalhar cedo e deixou os estudos, a história é sempre a mesma. Ainda que ele tenha cometido o crime, com certeza não esta tirando dos mais pobres e nem fazendo ninguém passar fome. Porém nesses casos a condenação é certa.
Em contraposição há o homem branco, com uma bela família e um belo terno. Anda pelas ruas de cabeça erguida, freqüentando os melhores lugares com os milhões que rouba do povo. Responde processo e se for condenado a única coisa que acontece é perder o cargo.
A forma que a justiça procede e que a Justiça se comporta, é desigual e relativa. Na constituição a regra é única para todos, mas na prática para cada tipo de “bolso” há uma sentença.
A justiça não é apenas aquilo que nos beneficia, mas é entre o benefício e o malefício, que podemos encontrar aquilo que é justo para todos. E quanto a Justiça, poder judiciário, essa só se manifestará de forma correta quando a justiça, bem comum, se tornar na prática um bem de todos.


Mais uma vez agradeço a atenção,


Ana Carolina Inglez!!

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Diploma


Desrespeito aos profissionais da Informação

por: Gisela Dantas - estudante do quinto período de comunicação social


O Superior Tribunal Federal (STF) decidiu no dia 17 de junho, por oito votos a um pela não obrigatoriedade do diploma para o exercício de jornalismo. Segundo os juízes a obrigatoriedade de formação fere a Constituição Federal de 1988 que prevê a liberdade de expressão.

No Brasil, essa é uma decisão que não surpreende aqueles que tem real visão sobre o que acontece na política do país. Se o STF não exige o diploma para exercer o cargo de presidente era de se esperar que outros diplomas fossem desobrigados.

O que não foi pensado ou medido em real extensão é que o jornalismo como profissão dá qualidade aos veículos de comunicação. Sem a obrigatoriedade do diploma a sociedade não poderá distinguir aqueles que escrevem suas próprias opiniões daqueles profissionais que informam.

Essa medida do STF não só prejudica o jornalismo brasileiro como fere o direito a informação e denigre a dignidade dos que ficam quatro anos na universidade para ter técnica e ética para o exercicio da profissão.

O mais incrivel dentro de toda essa falta de lógica é que pessoas que não são jornalistas sempre puderam escrever em jornais e tiveram seu direito de expressão garantido. Somente o tempo poderá dizer as verdadeiras consequências dessa decisão para a sociedade brasileira. O que é certo nesse momento é que os milhares de jornalistas e estudantes de Comunicação Social desse país foram desrespeitados, desconsiderados e desvalorizados diante não só do Brasil como de todo o mundo.

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Guerra da Nação

Por Ana Carolina Inglez





















Na democracia, o povo é considerado fonte, razão e finalidade da existência do estado. Cabe, portanto ao Estado a prestação de serviços públicos que satisfaçam as necessidades e interesses da população.

Art.3º da Constituição Brasileira de 1988:Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil:

I - construir uma sociedade livre, justa e solidária;
II - garantir o desenvolvimento nacional;
III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais;
IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação.

Seria perfeito se funcionasse. Analisando a situação vivida nas favelas, que podemos acompanhar em grandes vídeos como "Notícias de uma Guerra particular", veremos que a diferença entre constituição e realidade são visíveis e completamente ignoradas.
Segundo o artigo deveriamos viver com justiça, liberdade e igualdade, mas o contrário disto insiste em prevalecer.
A nossa sociedade é dividida por classes, a lei é a mesma para todos apenas no papel, numa constituição "invisível", onde os que mais necessitam, não conhecem.
Na favela uma lei, a dos bandidos, a dos mais fortes, a lei de uma arma miserável que se tornou sinônimo de respeito destruindo vidas diariamente. Nas ruas, a lei da polícia e da classe dominante, uma lei de corrupção crescente, mais bandida do que a dos próprios bandidos.
A sociedade se choca diariamente ao ver no Jornal Nacional guerras como as do Irã e Iraque. O choque é tão grande a ponto de apagar da mente brasileira a guerra que vivemos. A guerra é interna, a cada dia cresce o número de homicídios, de jovens cheios de vida deixando de ser o futuro para ser apenas um número nas estatísticas.
Tudo isso porque acima da constituição há um governo negando educação de qualidade e acesso a uma saúde descente. Governo gerador de violência, paralisando o povo. Quantos assaltos e assassinatos a classe média terá de vivenciar para perceber que a miséria também é problema dela? Não nos importamos com o mendigo da rua, mas quando perdemos um ente querido com um tiro nos revoltamos, imploramos por justiça. A guerra das armas não vai acabar, não enquanto houver fome e injustiça social.
O povo precisa se mobilizar como um todo. Tudo que acontece com uma nação é problema de todos que a compõe. Para fazer valer a constiuição temos que partir da justiça, justiça com aquele que está a nossa frente e não conseguimos ver.

Mais uma vez agradeço a atenção,
Ana Carolina Inglez.

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Pra frente, VAMOS, pra frente, BRASIL!

Inicio meu blog com o texto “Juventude Brasileira”, que escrevi a um tempo atrás. O sentimento que carrega esse texto é o de mudança, de crença na minha geração apesar dessa comodidade absurda. No jornalismo encontrei uma forma de liberdade, transformação e luta. E esse texto está exposto para que cada jovem, como eu, encontre em sua vocação uma forma de mobilização, uma força que contribua para o crescimento do nosso país.

Juventude Brasileira

Juventude Brasileira,

Estamos retidos pelo medo, desencorajados pela maldade e inconsciência de um mundo que nos cria. Desde o berço somos mimados de comodismo, revestidos de inconvenientes e falta de espírito de luta. Será que a transição para uma fase tecnológica facilitou tanto as nossas vidas a ponto de não sabermos lidar com as dificuldades? Ouvimos tanto falar em democracia e nada fazemos para buscá-la.
Precisamos nos reinventar, acreditar em mudanças, enfrentar o domínio da paralisação que reprime nossos desejos e termos certeza de que a capacidade humana é maior do que o medo. As promessas, datas e esperas são criações da sociedade. Não temos tempo para aguardar um novo ano, para uma nova escolha, que raramente será concretizada. O tempo é agora, pensar é bom, mas é necessário um pouco de impulsividade para realizar e sinceridade nas decisões para persistir.
O alcance dos sonhos depende das atitudes e a indignação deve ser o primeiro passo para a transformação. Somos vistos como rebeldes, mas estamos usando e desgastando nossas revoltas em situações pequenas. É preciso lutar, afinal, permitir a repressão é permitir que nos tirem o melhor da vida, os nossos ideais,

Grata pela compreensão,

Ana Carolina Inglez.