
Assim começa a história de Anna Carolina Franco, uma pessoa comum, da classe média, com uma família feliz e unida. Sua vida sempre foi uma grande aventura e apesar de alguns obstáculos, repleta de alegria. Aos, 23 anos já se mostrou guerreira, passando no primeiro concurso militar para mulheres com 17.000 mil concorrentes. Aos 26 anos se casou e teve seu primeiro filho, três anos depois nasceu o caçula. Sua grande alegria era chegar em casa e ver o sorriso dos meninos, pois tinha que trabalhar e o tempo que restava para fica com eles era valioso. Quando pode perceber, todos os seus sonhos tinham se tornado realidade.
Com o tempo vieram os desentendimentos no casamento. Depois de muitas tentativas de conservar a família unida a separação foi inevitável. O filho mais novo, na época com 13 anos, pediu para ficar com o pai e o mais velho com a mãe. Esta separação do filho mais novo foi muito difícil, mas sentia que estaria bem com o pai.
Os dias se tornaram dias de dedicação ao irmão com problemas mentais e ao filho mais velho. Como estava dispensada do trabalho tinha mais tempo para estar com a família. Apesar das dificuldades no caminho, Carol sempre teve o apoio e suporte da mãe. A relação das duas era muito forte, uma relação de confidentes. Infelizmente, o aparecimento de um câncer, em 2005, causou a morte de dona Elzany, separando mãe e filha.
- Ela era o meu porto seguro, o meu norte. Perdi o chão, pensei que não poderia viver sem o seu amor, o seu exemplo de mãe, mulher e o ser humano mais completo com quem tive o privilégio de viver. Foi muito difícil reerguer-me deste golpe, mas contei com o amor e apoio do meu filho mais velho. O Felipe me deu forças para prosseguir, por estar sempre do meu lado, com sua alegria, carinho e amor principalmente, declarou Anna.
Os dias se tornaram dias de dedicação ao irmão com problemas mentais e ao filho mais velho. Como estava dispensada do trabalho tinha mais tempo para estar com a família. Apesar das dificuldades no caminho, Carol sempre teve o apoio e suporte da mãe. A relação das duas era muito forte, uma relação de confidentes. Infelizmente, o aparecimento de um câncer, em 2005, causou a morte de dona Elzany, separando mãe e filha.
- Ela era o meu porto seguro, o meu norte. Perdi o chão, pensei que não poderia viver sem o seu amor, o seu exemplo de mãe, mulher e o ser humano mais completo com quem tive o privilégio de viver. Foi muito difícil reerguer-me deste golpe, mas contei com o amor e apoio do meu filho mais velho. O Felipe me deu forças para prosseguir, por estar sempre do meu lado, com sua alegria, carinho e amor principalmente, declarou Anna.
Nesse momento suas responsabilidades aumentaram. Carol ficou com a tutela do irmão especial a pedido da mãe. Foi necessário prosseguir em prol da família, descobrindo assim uma força interior que até então não conhecia. O filho mais velho se tornou seu maior companheiro. Havia uma união intensa entre os dois. Trocavam alegrias, dúvidas e tristezas. Felipe era seu melhor amigo, mas no dia 19 de outubro de 2006 ela recebeu uma triste notícia: seu filho estava morto.
Mais uma vez os sonhos se perderam e surgia uma dor sem fim. Não era um engano. Felipe foi atingido por uma bala perdida ao sair da escola. O desespero tomou conta dessa mãe que perdeu mais que um filho, perdeu seu grande companheiro. O bom menino, aquele que nunca reclamava de nada e estava sempre pronto para ajudar o próximo, havia retornado a Deus.
Mais uma vez os sonhos se perderam e surgia uma dor sem fim. Não era um engano. Felipe foi atingido por uma bala perdida ao sair da escola. O desespero tomou conta dessa mãe que perdeu mais que um filho, perdeu seu grande companheiro. O bom menino, aquele que nunca reclamava de nada e estava sempre pronto para ajudar o próximo, havia retornado a Deus.
- No dia do seu enterro senti como se a vida tivesse se esvaído de mim. Eu era um corpo sem alma, um zumbi. O mundo perdeu as cores, os sons se calaram. Não conseguia sentir mais nada a não ser uma sensação de morte em mim. Apenas o coração continuava batendo e o pulmão insistia em respirar, declarou Anna.

É nesse momento que voltamos ao início da história, “Protestos não fazem parte do nosso cotidiano, só pedimos por justiça quando somos pobres ou quando um tiro atinge o corpo de um jovem e esse jovem é nosso filho."
Anna Carolina Franco é uma mulher como outra qualquer. Até então sua história não é diferente da história de outras mulheres que perderam seus filhos. Na verdade ela teve uma vida muito melhor do que a da maioria. Mães pobres, doentes, passando fome. Mães que não conseguem resgatar a dignidade dos filhos mortos. Mas ela fez a diferença seguindo sua vida e dessa vez olhando mais para o próximo.
A mulher comum deixou de existir. A dor lhe deu uma condição humana melhor, podendo ser mais útil e deixando de se preocupar com coisas pequenas. Hoje, é presidente do Conselho Municipal da Criança e do Adolescente – CMDCA, em Rio das Ostras, tendo a oportunidade de criar políticas públicas apoiando meninos como os que tiraram a vida de seu filho e podem tirar a vida de outros se não forem cuidados. O trabalho envolve projetos que cuidam de casos como a prostituição infantil, uso de drogas, meninos de rua, gravidez de adolescentes e mercado de trabalho para jovens.
- Eu queria e preciso trabalhar com jovens e adolescentes para ajudar o maior número de famílias para não virem a sofrer o que eu sofri . Acredito que a diminuição da violência, dando mais oportunidades pode mudar a nossa sociedade, pode fazer a diferença. Não poderia mais ficar de braços cruzados e ver tantas mães sofrendo com a perda de seus filhos, afirmou Anna Carolina.
Anna Carolina Franco é uma mulher como outra qualquer. Até então sua história não é diferente da história de outras mulheres que perderam seus filhos. Na verdade ela teve uma vida muito melhor do que a da maioria. Mães pobres, doentes, passando fome. Mães que não conseguem resgatar a dignidade dos filhos mortos. Mas ela fez a diferença seguindo sua vida e dessa vez olhando mais para o próximo.
A mulher comum deixou de existir. A dor lhe deu uma condição humana melhor, podendo ser mais útil e deixando de se preocupar com coisas pequenas. Hoje, é presidente do Conselho Municipal da Criança e do Adolescente – CMDCA, em Rio das Ostras, tendo a oportunidade de criar políticas públicas apoiando meninos como os que tiraram a vida de seu filho e podem tirar a vida de outros se não forem cuidados. O trabalho envolve projetos que cuidam de casos como a prostituição infantil, uso de drogas, meninos de rua, gravidez de adolescentes e mercado de trabalho para jovens.
- Eu queria e preciso trabalhar com jovens e adolescentes para ajudar o maior número de famílias para não virem a sofrer o que eu sofri . Acredito que a diminuição da violência, dando mais oportunidades pode mudar a nossa sociedade, pode fazer a diferença. Não poderia mais ficar de braços cruzados e ver tantas mães sofrendo com a perda de seus filhos, afirmou Anna Carolina.

A superação não é fácil. Anna Carolina hoje é exemplo para muitas mulheres, porém sua vida precisou de fortes sofrimentos para se desenvolver. O recado dela para essa gente que não quer passar pela mesma dor é tomar uma atitude antes de ser atingido. Negligenciar o próximo, é negligenciar a si mesmo.
Palavras de um exemplo de mulher, de uma nova mulher, de uma cidadã:

A história de uma grande mulher por Ana Carolina Inglez